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Tratar de inclusão digital na Educação Musical requer que pensemos em “professor, aluno, fundamentos pedagógicos, materiais didáticos, ambientes de ensino-aprendizagem e até mesmo legislação”. (SCHARAMM, 2009, p. 2). Compreendamos também por ambientes de ensino e aprendizagem os virtuais, formais, não formais e informais (GOHN, 2006).
Sabemos que “crianças e jovens nascem e crescem em meio à intensa ‘cyber-circularidade’ cultural do mundo globalizado [...] têm as tecnologias como base de suas relações em todos os níveis” (LEME et al., 2009, p.3). No Brasil, isso é possível, em certa medida, graças ao esforço realizado pela democratização da informática desde 1995, para que as comunidades de baixa renda pudessem estar incluídas na nova ordem imposta pela realidade digital, bem como todos aqueles que, por dificuldades de diversas naturezas com manuseio de equipamentos eletrônicos, se viram no risco de serem excluídos de seu próprio núcleo social, de seu próprio universo.
A infoinclusão permite a conexão entre pessoas de diferentes extratos sociais, diferentes realidades pessoais e profissionais ao redor do mundo, produzindo e trocando conhecimentos e percepções sob novos parâmetros. Assim, educadores musicais e demais professores podem e precisam se apropriar dos recursos tecnológicos. Por eles, a mensagem vai para os alunos e também “para um receptor desconhecido, inimaginável”. (MENUHIN, 1990, p. 266). Um receptor desconhecido, inimaginável pode atribuir sentidos inesperados e revigorantes à mensagem propagada. É a aprendizagem sintonizada com estes tempos.
Porque a world wide web é profícua em relatos, arquivos, estudos, imagens, partituras, sites de aprendizagem musical online que permitem a autoaprendizagem. Por outro lado, “o desenvolvimento da tecnologia afetou tanto a distribuição da música quanto os modos de sua percepção e apreciação” (GOHN, 2002). O registro sonoro por meios eletrônicos e a difusão em larga escala foram fundamentais para que toda a obra pudesse estar ao alcance do ouvinte. Ocorre que as pessoas, na maioria das vezes, tornaram-se mais expostas ao que é mais tocado nos meios massivos de comunicação.
A música massiva pode não ser, em essência, ruim mas ocorreu uma banalização da apreciação, até mesmo nas peças do repertório sinfônico. Isto tem impacto na medida em que o aluno iniciante na prática musical quererá aprender a tocar justamente a música banal. Ao se deparar ou ao optar por um repertório não tão massivo, o aprendiz terá de se esforçar bem mais para dar conta do que não sabe.
Nos espaços não formais e informais de educação, é possível mais inventividade no uso das tecnologias digitais ao passo que o espaço formal de ensino ainda não aproveita as evoluções nesse campo. Falta às instituições de ensino formal uma visão mais internacionalizadora da educação, no bom sentido da inteligência coletiva de que fala Pierre Levy.
Considerações finais
No caso da Educação Musical, há muitos caminhos, na verdades eles se acumulam: a auto-aprendizagem, através de softwares de percepção e estruturação, treinamento rítmico, sites online de estudo de instrumentos, de harmonia, conteúdos produzidos por professores de música em sites, blogs, mídias sociais diversas. No entanto, tudo isso não prescinde da formação contínua do professor de música, do preparo de suas aulas e nem das relações à viva voz com os alunos.
Seja nas relações informais de educação, entre amigos e familiares, nas relações não formais tais como em projetos, grupos de estudos e organizações diversas, seja nas relações formais de educação, as escolas de ensino regular e escolas e conservatórios oficiais de música, a inclusão digital é imprescindível e sem volta.
Sabemos que “crianças e jovens nascem e crescem em meio à intensa ‘cyber-circularidade’ cultural do mundo globalizado [...] têm as tecnologias como base de suas relações em todos os níveis” (LEME et al., 2009, p.3). No Brasil, isso é possível, em certa medida, graças ao esforço realizado pela democratização da informática desde 1995, para que as comunidades de baixa renda pudessem estar incluídas na nova ordem imposta pela realidade digital, bem como todos aqueles que, por dificuldades de diversas naturezas com manuseio de equipamentos eletrônicos, se viram no risco de serem excluídos de seu próprio núcleo social, de seu próprio universo.
A infoinclusão permite a conexão entre pessoas de diferentes extratos sociais, diferentes realidades pessoais e profissionais ao redor do mundo, produzindo e trocando conhecimentos e percepções sob novos parâmetros. Assim, educadores musicais e demais professores podem e precisam se apropriar dos recursos tecnológicos. Por eles, a mensagem vai para os alunos e também “para um receptor desconhecido, inimaginável”. (MENUHIN, 1990, p. 266). Um receptor desconhecido, inimaginável pode atribuir sentidos inesperados e revigorantes à mensagem propagada. É a aprendizagem sintonizada com estes tempos.
Porque a world wide web é profícua em relatos, arquivos, estudos, imagens, partituras, sites de aprendizagem musical online que permitem a autoaprendizagem. Por outro lado, “o desenvolvimento da tecnologia afetou tanto a distribuição da música quanto os modos de sua percepção e apreciação” (GOHN, 2002). O registro sonoro por meios eletrônicos e a difusão em larga escala foram fundamentais para que toda a obra pudesse estar ao alcance do ouvinte. Ocorre que as pessoas, na maioria das vezes, tornaram-se mais expostas ao que é mais tocado nos meios massivos de comunicação.
A música massiva pode não ser, em essência, ruim mas ocorreu uma banalização da apreciação, até mesmo nas peças do repertório sinfônico. Isto tem impacto na medida em que o aluno iniciante na prática musical quererá aprender a tocar justamente a música banal. Ao se deparar ou ao optar por um repertório não tão massivo, o aprendiz terá de se esforçar bem mais para dar conta do que não sabe.
Nos espaços não formais e informais de educação, é possível mais inventividade no uso das tecnologias digitais ao passo que o espaço formal de ensino ainda não aproveita as evoluções nesse campo. Falta às instituições de ensino formal uma visão mais internacionalizadora da educação, no bom sentido da inteligência coletiva de que fala Pierre Levy.
Considerações finais
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| imagem: http://pt.dreamstime.com |
O papel da inclusão digital na educação musical é tão definitivo quanto em qualquer outro setor da atividade humana. Cabe-nos aprimorar nossa interação com os meios eletrônicos/virtuais e fazer deles ponte para as interações igualmente aprimoradas no mundo real.
No caso da Educação Musical, há muitos caminhos, na verdades eles se acumulam: a auto-aprendizagem, através de softwares de percepção e estruturação, treinamento rítmico, sites online de estudo de instrumentos, de harmonia, conteúdos produzidos por professores de música em sites, blogs, mídias sociais diversas. No entanto, tudo isso não prescinde da formação contínua do professor de música, do preparo de suas aulas e nem das relações à viva voz com os alunos.
Seja nas relações informais de educação, entre amigos e familiares, nas relações não formais tais como em projetos, grupos de estudos e organizações diversas, seja nas relações formais de educação, as escolas de ensino regular e escolas e conservatórios oficiais de música, a inclusão digital é imprescindível e sem volta.
Referenciais Teóricos
DAVIS, Curtis W.; MENUHIN, Yehudi. A música do homem. São Paulo: Martins Fontes, 2ª ed., 1990.
DAVIS, Curtis W.; MENUHIN, Yehudi. A música do homem. São Paulo: Martins Fontes, 2ª ed., 1990.
FUBINI, Enrico. Estética da Música. Lisboa: Edições 70, 2012, págs. 45 a 64.
GOHN, Daniel. Aprendendo Música com as Mídias Sonoras. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – 1 a 5 Set 2002. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2002/congresso2002_anais/2002_NP6GOHN.pdf. Acesso em: 11 de ago de 2014.
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. In: Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 27-38, jan./mar. 2006. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405.pdf. Acesso em: 11 de ago de 2014.
LEME, Mônica et al. Portal de Educação Musical: uma proposta (democrática) para o ensino de música. Disponível em:http://www.abed.org.br/congresso2009/cd/trabalhos/552009195712.pdf. Acesso em: 11 de ago de 2014.
PARANHOS, André Gereissati; MONTANARO, Paulo Roberto. A História da Internet e a Inclusão Digital, in: Tecnologias de Internet para Educação Musical, disponível em: http://ead2.sead.ufscar.br/course/view.php?id=447. Acesso em 11 de ago de 2014.
SCHARAMM, Rodrigo. Tecnologias aplicadas à Educação Musical, in: Revista Renole, v. 7 nº 2, out, 2009, disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/13700/7751. Acesso em: 11 de ago de 2014.
*Texto produzido originalmente para a disciplina de Tecnologias de Internet para Educação Musical, professores Montanaro e Paranhos, postado no ambiente da UFSCar.
*Texto produzido originalmente para a disciplina de Tecnologias de Internet para Educação Musical, professores Montanaro e Paranhos, postado no ambiente da UFSCar.

